A história da erva-mate
O mate já era conhecido e consumido pelos indígenas antes da chegada dos portugueses no Brasil em 1500, e da chegada dos espanhóis nos países latino-americanos. Após assimilarem o seu uso, os colonizadores europeus passaram a explorar economicamente os ervais nativos e, com o tempo, os cultivados.
Assim sendo, criou-se um aparato empresarial envolvendo a produção da erva-mate, seu beneficiamento, transporte e comercialização.
Da metade do século XVI até 1632, a extração de erva-mate foi a atividade econômica mais importante da Província Del Guayrá, território que abrangia todo o atual Estado do Paraná.
O beneficiamento da erva-mate se dava em engenhos, sendo que a mecanização e modernização do processo produtivo representaram o princípio da atividade industrial no Estado do Paraná no século XIX.
A importância dos engenhos de erva-mate teve início no século XIX, mais precisamente em 1820, quando o comerciante portenho Francisco de Alzagaray se estabeleceu em Paranaguá e construiu um engenho de beneficiamento de erva-mate para abastecer o mercado argentino.
Nessa época, os curitibanos não processavam a erva, que era um hábito indígena. A erva-mate era, então, produzida no Planalto e beneficiada no Litoral.
O percurso era feito pela Estrada da Graciosa em mulas que carregavam o produto em surrões de couro e cestos de taquara. Com o passar do tempo, os engenhos foram subindo a serra, uma vez que a estrada da Graciosa recebeu melhorias. As mulas começaram a ser substituídas por carroções.
Devido à proximidade dos engenhos com os centros de produção, a economia da erva-mate obteve um grande salto. Surgiram inúmeros engenhos na região de Curitiba e somente em Campo Largo havia mais de quatorze.
O Engenho da Rondinha, mais conhecido como engenho do Parque Histórico do Mate, situado no município de Campo Largo, distante 17 quilômetros de Curitiba/PR, é o único dos engenhos da erva-mate do século XIX que restaram no Brasil.
Esse engenho foi construído pelo capitão Carlos José de Souza Franco entre 1850 e 1876, até que, em 1894, foi adquirido pelo imigrante italiano Pedro Paulo Marchiorato, que realizou alterações radicais nos equipamentos, passando de engenho a moinho de cereais.
Em 1968, o Engenho da Rondinha foi tombado pelo Patrimônio do Estado e, em 1985, pelo Patrimônio Nacional.
O maior exportador de erva-mate do Paraná e maior produtor de erva-mate do mundo foi Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Cerro Azul. Aos vinte e sete anos e em sociedade, o Barão do Cerro Azul instalou seu primeiro engenho de erva-mate em Antonina/PR.
Quatro anos depois, viajou aos Estados Unidos para exibir seus produtos na Exposição Americana, obtendo grande sucesso. Com a construção da estrada da Graciosa, transferiu suas atividades para Curitiba, onde adquiriu e modernizou o Engenho Iguaçu e construiu o Engenho Tibagi.
Nos dias de hoje, São Mateus do Sul, na região sul do Paraná, destaca-se por conseguirem o selo de indicação geográfica, um reconhecimento de que o produto é único no mercado.
Espero que tenham gostado pessoal. Até a próxima!!